Já me resignei a muita coisa na vida. Resignei-me à não colocação da mesinha em frente à televisão, resignei-me a não ter sempre a casa um brinco, resignei-me a não fazer planos a toda a hora, a não calcular tudo ao detalhe.
Resignei-me. Entreguei-me a estas e outras coisas que não posso mudar e que se torna tão mais fácil se apenas as aceitarmos.
Mas há uma coisa que ainda não me consegui resignar. O facto de me ter que levantar cedo todas as manhãs.
À Segunda-feira então é um sacrifício ainda maior que o sacrifício ao longo da semana. Revolto-me sempre, todos os dias e não há maneira de eu aceitar que a vida é assim, que temos que nos por a pé cedo da cama para ir para o trabalho.
E não é fácil, não. Adorava ser daquelas mulheres que acordam com um sorriso nos lábios, bem dispostas, prontas para enfrentar o dia. Eu não. Basicamente que ninguém fale para mim antes das 10h da manha, ou até durante toda a manha.
E não. Não é uma questão de hábito porque já me levanto cedo há mais de 30 anos e ainda não me habituei.
Não sei se haverá cura para este flagelo, senão resta-me esperar pela reforma.
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