Estou há 15 anos nesta casa, nesta rua. Gosto muito da minha casa, e gosto muito de viver aqui. Nunca tive problemas com a vizinhança, a zona é calma e nunca houve problemas. Tenho basicamente tudo à mão. Escola, talho, padarias, mercearias.
A questão é que a minha casa é pequena. Não o era quando casamos, mas a família cresce e a casa já não dá. Decidimos há uns tempos que iríamos vender a casa e comprar uma maior. Ganhar espaço e qualidade de vida.
Os meses foram passando, os anos e a casa não vendia.
Até agora. De repente, em 3 dias vendemos a casa e ficamos um a olhar para o outro com um misto de alegria e nostalgia.
A nostalgia (pelo menos comigo) durou ali 2 dias e deu lugar a outro sentimento que é a vontade de recomeçar, noutro
sítio. Com novas rotinas. Com novo ar.
Agora é tempo de procurar. Talvez a tarefa mais difícil, a de encontrar novo ninho, algo que nos preencha e com a qual nos identifiquemos.
Vamos voltar a sentir aquela sensação de entrar numa casa nova e arrumar as nossas
coisas nos sítios certos. Ver de que lado fica melhor o sofá, pendurar os quadros. Tornar aquele espaço vazio, cheio, com a nossa historia.
Como diria alguém que agora não me lembro, mudar de casa é um bocadinho como poder viver uma nova vida, sem ter de
morrer pelo meio.
Já me imagino a chegar a uma casa, e de começar a imaginar as minhas
coisas ali, a nossa vida naquele novo lugar, a felicidade por estrear, toda
uma vida em perspectiva.
Imagino a felicidade que será ver as paredes
mudarem de cor (se for o caso), os meus móveis a entrar em casa, as caixas a ficarem
vazias, e nós os 3 a decidir onde fica cada detalhe.
Vai ser bom. Acredito.
Sem comentários:
Enviar um comentário
E na minha opinião...