Sabem quando a preocupação é tanta que nem conseguimos chorar? Apenas
aparece aquele formigueiro na ponta dos dedos e a dor de barriga?
Há
muito que não sentia isso, mas ontem senti. Estava assim desde manhã. Há
espera da resolução de um problema de saúde e a certeza de um
diagnóstico.
Ás vezes dou comigo a pensar que envelhecer não é triste, eu não encaro assim.
Envelhecer faz parte da vida, é um processo pelo qual passamos todos e, sem querer mesmo parecer cliché, acho mesmo que é uma questão de como a gente encara o envelhecimento.
Triste
são as doenças. Essas sim, que maltratam e transformam. Nunca ninguém
sabe a maneira perfeita de lidar com a doença, seja nossa, seja dos
nossos. Cada um lida como pode e como sabe. E essas sim, as doenças, são
más, sugam, corroem, anulam.
É costume dizer-se que nada nos
prepara para sermos pais, que vamos aprendendo depois com a vida a
sermos pai e mãe. Mas na realidade também ninguém nos prepara para
sermos filhos de pais envelhecidos e doentes.
Fazemos o que podemos, um dia de cada vez e criamos memórias que ficarão nos nossos corações.
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