segunda-feira, 18 de maio de 2015

As outras crianças e o meu filho!

Eu era daquelas pessoas que não achava graça a crianças. Eram giras e tal, mas não via nenhum fascínio quando alguém dizia: "Oh que fofinho a dizer ma-mã" , pois,nao era eu.
Raros eram os bebes que eu achava assim mesmo giros, ou fofinhos...
As crianças não gostavam de mim, e eu não gostava delas, não sabia brincar com elas, não tinha paciência para elas e nem queria.
Sempre critiquei aquelas mães que quando a chupeta cai ao chão a lambem para a meter depois na boca dos seus rebentos já imaculada, ou até aquelas que, para limpar a cara dos filhos lambiam um lenço ou os dedos para depois passar na cara dos miúdos. Achava isso horrivel.
Não suportava miúdos aos gritos nos restaurantes, nem birras, nem nada que se pareça. Nunca entendi como os pais suportavam tal coisa.

Até que fui mãe.
Depois tudo mudou, dei comigo a achar mais graça ás crianças, ás pequenas gracinhas, ás brincadeiras.... Chorei na primeira palavra, no primeiro passo, no primeiro "Amo-te". Choro nas festas da escolinha, choro quando cai e quando está doente.
Lambi a chupeta e limpei-lhe a cara com os dedos passados primeiro em saliva minha, milhares de vezes, suportei birras, choros e afins e fiz tudo, mas tudo aquilo que sempre critiquei.
É verdade que por ser mãe não passei a adorar todas as crianças do mundo, ainda acho que há algumas bem malcriadas, bem irritantes, continuo a achar que a maior  parte das vezes são os pais que têm culpa, e claro, continuo a não ter paciência para os berros nos restaurantes ou na caixa do Continente. Apesar de não ter paciência para crianças assim no geral, nunca tive dúvidas de que com o meu, com o meu eu  lidaria bem.
Não suporto tudo, dou a educação que sei e que posso, e sei que erro, que não faço muitas vezes o mais certo, ou o que as pessoas considerariam o mais certo, mas faço o meu melhor.

A maternidade muda-nos, nunca mais vemos a vida da mesma maneira, temos agora medo de morrer, pensamos nas doenças e rezamos...

Aprendemos a amar de uma maneira que nos sufoca.
É um amor que não se explica. Cheira-se. Sente-se!




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