quarta-feira, 25 de julho de 2018

Da falta de paciência

Há uns valentes anos atrás, estava eu num café da minha cidade, quando o dono do café deu 2 estaladas no filho (que trabalhava lá com ele) em frente a tudo e todos.
O miúdo não devia ter mais de 16 anos e trabalhava com o pai desde sempre. De sol a sol. Não teve infância, pouco estudou e o pai achava de para o disciplinar o melhor era dar-lhe estalos em frente a todo o café. Aquilo marcou-me. Marcou-me de tal maneira que hoje vos estou a falar nisso.
E falo nisto porque vejo cada vez mais pais a perderem as estribeiras e a ameaçar os filhos com uma chapada ou algo mais.

Falo nisto porque ainda há dias presenciei uma mãe que não satisfeita com o que o filho de 9 anos estava a fazer gritou em plenos pulmões para quem queria ouvir que lhe dava 2 estalos.
Eu nunca levei palmadas e sabia bem quando estava a fazer algo de errado.
A questão aqui, e cada um saberá como educa os seus filhos, é dar as palmadas no rabo porque realmente a criança se portou mal, ou se as palmadas já são derivadas de impaciência dos pais que muitas vezes estão demasiado ocupados a enviar sms e a ver televisão para tomar atenção ao que o próprio filho tem a dizer!! 
Penso que é mais por aí.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Comprar ou arrendar, eis a questão!

Quando se pensa em mudar de casa é sempre esta a questão que surge. Comprar ou arrendar?
Estando eu nessa situação, tenho-me dedicado com o meu marido em ver qual a melhor opção a tomar.
Ambas tem prós e contras mas é necessário ponderar bem antes de qualquer decisão.
Estamos numa fase má para comprar imóveis em Portugal, as casas estão caríssimas e os bancos não emprestam dinheiro como antigamente. Os Spreads são altos e as condições difíceis.
Enquanto que antigamente os bancos emprestavam a totalidade do custo do imóvel, hoje emprestam apenas 85% tendo o comprador que ter o restante para dar ou contrair um outro empréstimo (credito pessoal) á parte para cobrir esse montante.
Depois é andar a pagar durante 30 anos pelo menos, maximo 40 dependendo da idade. É claro que pagas por algo que depois vai ser teu eventualmente, mas estás ali presa, perdes a mobilidade de mudar caso encontres algo melhor ou mais apelativo. Ao fim ao cabo pagas ao banco 3 casas e só compraste uma. Depois há as taxas, e os seguros,  e as obras, e as avarias, e os condomínios e o IMI e o diabo a quatro.
Acho que isso de comprar casa é uma coisa muito portuguesa. Temos aquela necessidade do sentimento de posse, de sermos donos de qualquer coisa. No estrangeiro praticamente ninguém tem casa própria, o normal mesmo é arrendar e ir ajustando a vida da maneira que mais convém. O arrendamento é visto como uma coisa perfeitamente banal.
Ás vezes ponho-me a pensar em qual será a maior vantagem de ter casa própria? Deixar património aos filhos?
Pois, a ideia até é bonita na teoria, mas os filhos quando morreres querem é dinheirinho no banco e a primeira coisa que fazem é vender a casa que os pais lhe deixam. Há excepções mas é assim que acontece a maior parte das vezes.
Por isso, penso que para já, iremos optar por arrendar, uma casinha linda e à nossa medida. Não há muito mercado imobiliário em Portugal é verdade, mas tenho fé que apareça algo.
Se acho que é dinheiro deitado fora?  Não. Sinto que estou a pagar por um serviço como outro qualquer.
Claro que se um dia encontrarmos uma casa mesmo espectacular que nos fique em conta e que a conjuntura actual ajude, compramos, mas não é coisa que me tire o sono.
O arrendamento permite-te a mobilidade de quando a casa onde estas já não te servir, mudas e acabou. Ou para uma maior porque tiveste mais um filho, ou para uma mais pequena porque o rapaz foi para a universidade e estais os 2 sozinhos.
Mas claro, cada um tem a sua opinião e é uma questão de fazer contas e de avaliar critérios, necessidades e prioridades.
Acredito que ainda há um certo estigma em relação ao arrendamento, como se quem vive numa casa arrendada seja um zé ninguém que não tem onde cair morto. É só uma opção, tão viável como outra qualquer.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Liberdade de ser quem és

Não é fácil viver em sociedade. É cansativo quando optamos por passar a vida a tentar arranjar desculpas por termos qualidades ou características que os outros não têm.
Toda a gente devia perceber que é mesmo assim, não somos todos iguais. No que me diz respeito, já não me desculpo, sou o que sou e quem gosta tudo bem, quem não gosta paciência.
Desde pequena que sempre tive muita atenção, considero-me uma pessoa divertida e tive a felicidade de sempre fazer facilmente amizades. Umas revelaram-se sérias e importantes outras não. Com o passar dos anos, entendi que a admiração e a inveja andam de mãos dadas.
Eu nunca tive aquela beleza estonteante de fazer parar o transito, mas vejo que isso não é nada.  No mundo em que vivemos, um brinco, um anel, a família que tens ou o teu status são muitas vezes o motivo do incomodo.
Eu compreendo que  deve ser difícil ver em alguém, com tanta facilidade e naturalidade, ter algo que sempre se desejou e nunca se conseguiu.O que temos ou o que somos, ou ainda, o que fazemos, pode ser motivo de perturbação, para quem nos observa.
Não considero ninguém menor que eu, mas estou cansada de quem se incomoda tanto comigo. Hoje até me da gosto, porque realmente devo ser muito importante.
Escolho a minha liberdade, a liberdade de ser  o que sou, ter o que tenho, gritar bem alto quem é a minha família. Tenho orgulho. Estou longe de ser perfeita. Tenho defeitos e dores escondidas, mas sou o que sou. Decido não me esconder mais, escolho ser livre.

 

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Relembrar é viver


Modelo e Detective.
Durante cinco temporadas, nos anos 80, eles pareciam a dupla perfeita na televisão. Uma serie bem escrita, com comédia que fazia com que nos divertíssemos muito a vê-la. Contudo, e depois de anos de sucesso, surgiu o boato que quando as câmaras paravam de filmar, o ambiente no estúdio transformava-se em pesadelo. Bruce Willis e Cybill Shepherd mal olhavam um para o outro.
No último ano, 1989, o declínio de “Modelo e Detective” foi inevitável. Willis estava a digerir o sucesso de “Assalto ao Arranho-Céus”, Cybill Shepherd tinha acabado de ser mãe de gémeos e ambos se tornaram incompatíveis.
Ficam as memórias dos anos de sucesso desta fantastica série. Quem lembra?
 

Para ler e assimilar

«Felizes são aqueles que percebem que a felicidade não é um rumo. Não é uma constante. Felizes são aqueles que aceitam a infelicidade como parte do caminho sabendo que não é ali que querem estar. Felizes são aqueles que procuram o lado certo da vida, sabendo que o lado errado faz parte dela também. Felizes são aqueles que pegam no lado errado e o transformam no lado certo.» 
| Carolina Jacques |

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Querido, vamos mudar de casa!

Estou há 15 anos nesta casa, nesta rua. Gosto muito da minha casa, e gosto muito de viver aqui. Nunca tive problemas com a vizinhança, a zona é calma e nunca houve problemas. Tenho basicamente tudo à mão. Escola, talho, padarias, mercearias.
A questão é que a minha casa é pequena. Não o era quando casamos, mas a família cresce e a casa já não dá. Decidimos há uns tempos que iríamos vender a casa e comprar uma maior. Ganhar espaço e qualidade de vida.
Os meses foram passando, os anos e a casa não vendia.
Até agora. De repente, em 3 dias vendemos a casa e ficamos um a olhar para o outro com um misto de alegria e nostalgia.
A nostalgia (pelo menos comigo) durou ali 2 dias e deu lugar a  outro sentimento que é a vontade de  recomeçar, noutro sítio. Com novas rotinas. Com novo ar.
Agora é tempo de procurar. Talvez a tarefa mais difícil, a de encontrar novo ninho, algo que nos preencha e com a qual nos identifiquemos.
Vamos voltar a sentir aquela sensação de entrar numa casa nova e arrumar as nossas coisas nos sítios certos. Ver de que lado fica melhor o sofá, pendurar os quadros. Tornar aquele espaço vazio, cheio, com a nossa historia.
Como diria alguém que agora não me lembro, mudar de casa é um bocadinho como poder viver uma nova vida, sem ter de morrer pelo meio.
Já me imagino a chegar a uma casa, e de começar a imaginar as minhas coisas ali, a nossa vida naquele novo lugar, a felicidade por estrear, toda uma vida em perspectiva.
Imagino a felicidade que será  ver as paredes mudarem de cor (se for o caso), os meus móveis a entrar em casa, as caixas a ficarem vazias, e nós os 3 a decidir onde fica cada detalhe.
Vai ser bom. Acredito.



quinta-feira, 5 de julho de 2018

A minha mãe e eu!

A minha mãe sempre fez mil coisas para me proteger, hoje parece-me um exagero, mas em criança, acatamos sem questionar. Eu não andava na rua à noite porque fazia frio, não comia gelados porque faziam mal à garganta, sempre penteada e bem vestida, não corria muito porque podia cair..... enfim, uma infância super protegida que me privou, vejo hoje, de muitas coisas.
Lembro-me bem de ser criança. Consigo fechar os olhos e lembrar-me das tardes que passei sozinha em casa nas férias, ou quando por vezes ia para casa dos meus avós. No fundo foi uma infância feliz, dentro daquilo que me era oferecido.
Quando não tens termo de comparação, és verdadeiramente feliz. 
Os nossos pais, já na nossa infancia mudaram muito, eles foram crianças  do tempo da ditadura e a disciplina e rigidez era coisa certa. O meu pai chegou a passar muitas dificuldades, nomeadamente fome. A minha mãe não. Vinda de uma familia de mais meios, da cidade (como se dizia) não teve tantas carencias. 
Sei que os nossos pais, quando foram eles proprios pais, tentaram ser diferentes dos pais deles, tentavam ser mais compreensivos, mais tolerantes, mas sempre dentro do que ainda estava enraizado dentro deles. 
Havia sempre um "deixa o teu pai chegar do trabalho que já conversamos" e muitas ameaças do "em casa conversamos", em minha casa não, mas sei que pais da geração dos meus ainda utilizavam a celebre chinelada, palmada e estalo. Já não havia vergastadas com cintos (como o meu avô fazia ao meu pai) mas havia ali ainda algo que estava entranhado nas suas próprias educações.
Ainda hoje, na minha geração ainda há pais assim, do pensamento "no meu tempo levava umas palmadas e não me fez mal nenhum". Felizmente já há mais dos que pensam que não é necessário bater ou sacudir as moscas para se fazer ouvir.
Os tempos e os contextos são diferentes, as circunstâncias são diferentes e os recursos que temos agora tambem são diferentes. Sei que a  minha mãe fez o melhor que sabia com os recursos que tinha. Eu faço o melhor que sei com os recursos que tenho.
Na minha casa já não existia o tratar a mãe por "você", mas ao mesmo tempo acho que deveria ter havido um pouco mais de aproximação. Física. Abraços, beijos, carinhos.
Hoje com o meu filho sei que tento compensar tudo isso, eu beijo, eu abraço, eu afago, eu mimo.  Também resmungo, disciplino. Também chocamos, faz parte.
Não me revolto, os meus pais fizeram o que achavam que era melhor para mim. Eu faço o que acho melhor para o meu filho e hoje consigo compreender muita coisa quando ela dizia "um dia vais perceber, quando fores mãe."
Hoje compreendo sim, posso não concordar, mas compreendo.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

O meu filme do fim de semana

Madoff - Teia de mentiras
A história verídica que gira em torno de Bernard Madoff (Robert de Niro), um ex-consultor financeiro norte-americano que criou uma das maiores empresas de investimentos de Wall Street.
Foram quase duas décadas a criar falsas aplicações em fundos inexistentes, a gerar uma fortuna bilionária para ele mesmo e sua família. Mas como Madoff teria desenvolvido um esquema tão complexo sem a ajuda de ninguém? Como seria possível os filhos Mark e Andrew, que trabalhavam com o pai há anos, não saberem destas práticas criminosas? Condenado por fraude, ele foi responsável por uma sofisticada operação que é considerada a maior fraude financeira da história dos EUA.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Colo de mãe

Quando o meu filho  nasceu, eu tive a sorte do meu marido estar em casa, comigo, para cuidar dele. Hoje sei que sozinha eu talvez desse bem conta do recado (mas na altura não achava). 
Sempre fui uma pessoa de querer controlar tudo, e com ele ali, tão pequenino, eu tinha a sensação que não controlava nada.
Muni-me dos meus ouvidos para ouvir a sua respiração, os meus olhos sempre em cima dele, as minhas mãos sempre a segura-lo. 
Quando somos mães queremos controlar tudo, controlar o sofrimento deles, as doenças, as suas tristezas e desilusões.  Queremos prevenir acidentes, quedas, tropeções, batidas de cabeça e arranhões nos joelhos, vírus no ar e tosse à noite ao dormir. Queremos ser o air-bag da vida deles.
Conforme eles vão crescendo vamos percebendo que não o somos. Que eles vão ter que cair, esfolar o joelho, chorar. A vida é assim, eles têm que a viver para serem seres Humanos bons e fortes. O que nos compete a nós não será protege-los de tudo mas sim estar lá, para o que for, dar colo, amor, mimo e compreensão.
E colo de mãe tem poderes curativos.

domingo, 1 de julho de 2018

Aos Domingos uma receita

Bolachinhas de Aveia
  • 1. Pré-aqueça o forno a 180º C.
  • 2. Derreta a manteiga num tacho ou no microondas.
  • 3. Coloque a manteiga derretida numa taça e adicione a farinha de aveia, o fermento, os flocos de aveia e o açúcar. Misture tudo muito bem.
  • 4. Adicione os ovos inteiros e incorpore até formar uma massa homogénea.
  • 5. Forre um tabuleiro de forno com papel vegetal.
  • 6. Forme 16 bolinhas e coloque-as no tabuleiro, achatando ligeiramente com os dedos. Afaste umas das outras, para que não colem durante a cozedura.
  • 7. Leve ao forno 8 minutos a 200º C.
  • 8. Retire do forno e deixe arrefecer antes de servir.
     
     

Julho