Mais
tarde, quando o príncipe tinha entre os dezanove e os vinte anos, o seu
pai enviou mensageiros ao reino vizinho de Castela, pedindo a mão de
Constança Manuel. O pedido foi aceite e, em 1340, organizaram-se grandes
cortejos para a sua chegada a cavalo, rodeada de pagens, aias, parentes
e criados.
Nessa comitiva de boas vindas, D.Pedro viu pela primeira vez D. Ines de Castro, uma das aias de Constança, por quem se apaixonou loucamente.
Mesmo assim D.Pedro casou-se em Agosto com D. Constança de quem mais tarde teve 3 filhos.
Mesmo casado D.Pedro continuava a encontrar-se com Ines de Castro , iniciando-se um grande romance, tema de conversa dos membros da
corte e do povo. Estas coscuvelhices chegaram aos ouvidos do rei e da
rainha que, furiosos, mandaram fechar Inês no Convento de Santa Clara, em
Coimbra.
D. Pedro não a podia visitar, mas continuava a contactar a sua
amada rondando os muros do Convento e enviando cartas. Estas eram
levadas e trazidas secretamente em barquinhos de madeira através de um
riacho.
Entretanto em 1345, D. Constança Manuel (a legitima esposa) morreu ao dar à luz o 3º filho, Fernando.
Deixou, assim, D. Pedro viúvo e livre para Inês.
Mesmo contra a vontade do pai, D. Pedro retirou-a do exílio e Inês foi circulando de castelo em castelo instalando-se
depois definitivamente num pavilhão de caça, na actual Quinta
das Lágrimas. D Pedro a visitava regularmente e acabaram por ter quatro filhos.
Este passou a visitar e
a conviver mais com a sua amada. Esta situação não agradou nada ao rei D. Afonso IV que se via no meio de dois
problemas: D.
Pedro tinha um herdeiro ao trono, D. Fernando, filho de Constança e
três filhos bastardos de Inês. Isto fazia o rei pensar que os filhos
bastardos quisessem subir ao trono e que para isso assassinariam
Fernando.
O
rei decidiu, então, reunir-se com os nobres senhores Diogo Lopes
Pacheco, Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves.
Resolveram que a única solução para a cabar com o Romance de D. Pedro e
D. Inês de Castro, era mata-la.
Em
Janeiro de 1355, D. Afonso IV e os três fidalgos, aproveitaram a
ausência de D. Pedro, que havia partido para uma caçada e foram até ao
pavilhão de caça, onde encontraram Inês sozinha junto a uma fonte. Esta
ao perceber o que sucedia, implorou para que não a matassem, que se
lembrassem dos seus filhos, chorou... As suas
lágrimas e súplicas, apenas comoveram o Rei que se retirou, deixando
Pêro, Diogo e Álvaro sozinhos com Inês. Os três fidalgos não tiveram dó
nem piedade, degolando Inês de Castro a sangue frio.
Segundo a lenda as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte das Lágrimas na Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado.
Quando
D. Pedro soube da terrível tragédia, cheio de dor e angústia, declarou
guerra ao pai. Assaltou castelos, matou todos os que passavam à sua
frente... Ao fim de alguns meses, o país não aguentava mais e, após
negociações e intervençao da Rainha, assinou-se a paz. Porém, depois da morte do Rei em 1357, D. Pedro subiu ao trono e a primeira ordem que deu como Rei foi mandar procurar os assassinos de
Inês.
Diogo Lopes Pacheco conseguiu fugir para França, mas Pêro e Álvaro
foram executados. D. Pedro mandou amarrar
as vítimas, cada uma a seu poste de suplício, enquanto os cozinheiros de
sua Corte preparavam um banquete de cerimónia. O rei não poupou
requintes de horror no castigo implacável. Mandou o carrasco tirar a um o
coração pelas costas e a outro o coração pelo peito.
Em 1360, ele jurou que havia se casado em segredo com Inês de Castro, o que fazia dela rainha, merecedora de todas as honras.
Dois
anos mais tarde, reza a lenda que D. Pedro I mandou desenterrar Inês de Castro, sentou-a
no trono e, perante todo o povo português, coroou-a Rainha de Portugal e
obrigou todos os nobres presentes na coroação, a beijar a mão da sua
amada.
O rei Pedro I mandou construir um túmulo para Inês e outro para si. No seu tumulo mandou esculpir a sua história em detalhes e quando ele morreu, seu corpo foi enterrado
próximo da amada. Os corpos não foram colocados lado a lado, como
seria mais natural, mas um de frente para o outro, para que no dia da Ressurreição pudessem se levantar olhar-se olhos nos olhos e cair nos braços um do outro.
Sobre o túmulo de D.Pedro, está escrito que os dois permanecerão juntos “até ao fim do mundo...”.
Sobre o túmulo de D.Pedro, está escrito que os dois permanecerão juntos “até ao fim do mundo...”.
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