quarta-feira, 23 de março de 2016

A dor que consome.

Triste e duramente real. É a dor que qualquer pai/mãe não quer nunca ter que passar.
Quinito foi um  grande treinador de futebol Português que se afastou da modalidade e do mundo  após a morte do filho por acidente rodoviário no Brasil em 2009.
Quinito até hoje culpa o futebol pela sua ausência a nível familiar e por não ter conhecido verdadeiramente o filho. Encontra-se em depressão e raramente sai de casa.
Ontem foi alvo de uma sentida homenagem pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol, Quinito saiu de casa e levado pela emoção, perante uma plateia de pé, afirmou que se afastou do futebol devido à morte do filho.
"Tenho um grande sentimento de culpa, vivemos o futebol vinte e quatro horas, não vimos crescer os filhos, não ouvi pela primeira vez o meu filho dizer ‘pai’, não vi o meu filho a aprender a andar de bicicleta, não vi o meu filho aprender a nadar, não o abraçava todos os dias, passavam-se meses sem que o abraçasse. O futebol saiu-me caro".
Afirmou ainda que luta para sair do estado em que se encontra :
"Não esperava uma coisa destas, vai dar-me força para tentar tirar um pouco a culpa de mim. Sou culpado por trocar o meu filho pelo futebol. Pondo na balança alegria e as amizades que fiz no futebol e não ter visto crescer o meu filho, que já não está cá, não sei o que pesa mais. É esta dúvida que me dá cabo da cabeça. Estou a tentar sair desta situação, limpar o sentimento de culpa e chutar a bola para a frente. Neste momento estou a perder por 50-0. De nada valeram as vitórias, empates e derrotas que vivi, mas estou a tentar ir a prolongamento ou penáltis", concluiu com um palco e plateia em lágrimas, provavelmente todos revendo-se na sua historia de vida.
É triste mas é a dura realidade de quem tem empregos que os consome diariamente e de quem por força das circunstancias tem que ir para longe, afastar-se.
Eu pergunto.... valerá a pena?




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