Há dias li a noticia que a atriz Sofia Ribeiro tinha feito a sua ultima quimioterapia.
Desde o inicio destas noticias relacionadas com ela que sinceramente não me emocionei.Não me emocionei com o vídeo dela a rapar o cabelo numa praia com amigos, nem com as fotos em que aparece a dar força ou moral a quem passa pelo mesmo.
Pode parecer frio da minha parte mas não é, e eu explico: tenho ainda muito presente em mim a luta que a minha mãe travou com um cancro de mama.
Ver alguem a rapar o cabelo porque o mesmo está a começar a cair, faz-me lembrar a minha mãe no cabeleireiro a rapar o dela, a chorar, ela e a cabeleireira.
Faz-me lembrar o escolhermos uma peruca, e faz-me lembrar a primeira vez que ela se viu sem o peito ao espelho.
Faz-me lembrar o meu pai a chorar, o medo da quimio, da radio.
Quando analiso esta minha "insensibilidade" penso que a ganhei por já ter vivido essa dor, uma dor que nunca pensei viver. Um medo que nunca mais passa.
Não consigo explicar bem, é como se já não ficasse surpreendida, já não me choca, porque o vivi na primeira pessoa.
Quem tambem já passou por isso, certamente entenderá aquilo que estou a tentar dizer.
É uma doença maldita que ataca, derruba e magoa.
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