Apreciar as pequenas coisas, gestos, atitudes, paisagens e cheiros. Um sorriso por trás do vidro, uma mensagem de amor e um abraço. Sou grata pelo que vivo hoje e pelo que me rodeia. Aprendi a simplificar e a ver o copo meio cheio. Ainda não consigo totalmente mas esforço-me e forço-me todos os dias para o fazer.
A vida enche-nos de medos. Medo que aconteça algo, medo de perder, medo de não conseguir... com esses medos acabamos por construir as nossas próprias prisões com um muro á nossa volta onde vivemos sufocados e nos privam da liberdade para viver o que a vida tem de bom.
Vivi assim muito tempo, sem conseguir respirar, com medo que o telefone tocasse ou com medo do amanhã. Lembro-me de acordar de manhã já com medo do que me iria acontecer naquele dia.
Hoje sei que temos que descomplicar a vida. Ela é simples, nós é que a complicamos. Aceitar que
coisas más acontecem, e saber que se acontecerem teremos que lidar com elas. Aceitar que coisas boas também acontecem e confiar. Aprender com as crianças que não complicam. Gostam, não gostam, apetece, não apetece. Nada mais.
Descomplicar também é perceber que há princípios que começam com outros fins e perceber que muitas vezes para ficarmos virados para nós, temos de virar as costas aos outros.
A vida já é tão complicada que não precisa que a compliquemos ainda mais.
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