Andei anos e anos de autocarro. Detestava. Lembro-me bem de estar ao frio e à chuva à espera que ele passasse para eu poder ir para a escola.
Quando estava ainda na cama, lembro-me de sentir um nó na garganta por saber que ia estar ali, tempos infinitos à espera, sozinha com os meus pensamentos. Os carros a passar e toda a gente a olhar para quem ali estava na berma da estrada, os pneus que pisavam as poças e te molhavam toda, o guarda chuva que partia quando tentavas fecha-lo ás pressas para entrar.
Autocarros muito velhos, sem condições, a cair de podres e a abarrotar, com pessoas penduradas umas nas outras, nas portas, até no motorista. O cheiro ao sovaco de roupas por lavar, o tocar à campainha para sair na paragem e não conseguir passar, ter que gritar para esperarem que eu saia.
De tudo o que recordo nada é bom. Não gostava, pronto.
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