segunda-feira, 12 de junho de 2017

Infertilidade

Outro dia, em conversa com uma amiga ponderávamos se teríamos mais filhos um dia. Por um lado adoraria ter outro filho, poder dar um irmão ao meu rapaz, multiplicar o nosso amor lá em casa. Por outro, vem tudo o resto... as despesas, a vida que muda, o incerto.
Mas hoje, senti um aperto ao ler um blog de uma mulher que não consegue ser mãe e apoderou-se de mim uma sensação enorme de egoísmo.
Estou aqui preocupada se tenho ou não mais filhos, e há tanta gente que sofre tanto por não poder ter nenhum.
A infertilidade é um tormento para muitas mulheres e homens. Sei de casos que levam anos a fazer tratamentos de fertilidade, caríssimos raramente comparticipados pelo estado, com injecções na barriga, fertilizações in vitro, e tudo o resto. A angustia, o desgaste e a frustração. É algo que vai crescendo e tomando conta dos pensamentos e da vida. A grande verdade é que, depois da pessoa perceber que realmente tem um problema para engravidar, o mundo à  sua volta parece mudar o sentido, há uma perda da maneira anterior de viver, as coisas que antes gostavam não têm mais o mesmo brilho, a mesma intensidade. Muitas vezes leva a uma obcessão e o  o vazio invade a alma e a

incerteza diante de se algum dia será possível ser mãe, atormenta a pessoa todo o dia, todos os dias. Muitas vezes uma vida inteira.
O mundo também não pára e estas mulheres têm que conviver com outras que engravidam, tem filhos, e que convidam para festinhas de bebe, aniversários das criança e… quem passa pela infertilidade sabe bem do que falo. Conheço mulheres que chegam ao ponto de não conviver com crianças nem pegar nelas, porque as magoa perante a realidade de nunca virem a poder ter um filho.
Dói, perceber que há tantas mulheres que abandonam os seus filhos, que os maltratam, que batem, que vendem, e tantas outras que apenas queriam ser mães para dar amor e um lar e não conseguem.
A vida é injusta e hoje pensei muito nisso.

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