segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Bilhetes de amor

Estes dias vi escrita na borracha do meu filho um A+M e um coração.
Perguntei o que era. Diz ele que é uma menina que gosta dele e escreveu na sua safa (borracha) aquela junção dos nomes com um coração.
Não me ri para ele não se sentir envergonhado e disse que era normal que no meu tempo também se fazia isso.
Por momentos retrocedi aos meus tempos de escola.
Todas as minhas colegas recebiam bilhetinhos e corações. Eu não. Parecia a "gorda" (embora não o fosse) que nunca ninguém a quer.
Não sei bem como funciona actualmente, mas aparentemente também se mandam bilhetinhos e corações. Afinal não é apenas tudo transmitido via instagram, facebook ou whatsapp.
No meu tempo, eu era como se fosse a "gorda" no canto, de óculos, na espera ansiosa de receber um bilhete que não chegaria jamais.
Eu esperava qualquer um, nem que fosse mal escrito, com erros, numa folha rasgada, num guardanapo, num lenço de papel... desde que viesse.
Poderia até ser anónimo, até era giro ficar a pensar quem seria o Don Juan. Mas nada. Nunca.
Hoje, em adulta recupero tudo, tenho um Homem que me mima com tudo : tenho surpresas, bilhetes, rosas, prendas e recados no espelho com baton.
Tu das-me tudo.
Há sempre uma "gorda" no dia dos namorados, que fica sentada ao canto, à espera do bilhetinho.
Se as coisas correrem bem, pode não ser agora, mas haverá um dia em que ele aparecerá com bilhete ou sem, mas certamente com amor.

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