Não consigo entender porque é que quando acontece uma
desgraça, as pessoas têm sempre que arranjar um culpado.
As desgraças são mesmo isso, são desgraças, são combinações
de coisas más, são fenómenos inexplicáveis, são uma combinação de coisas terríveis.
Ontem na TV estava uma senhora a dizer que a GNR mandou
todas aquelas pessoas seguir pela N236 directamente para o fogo. Mas alguém acredita
que se a GNR soubesse que a estrada estava em perigo estava a mandar para lá
todos os carros? Com idosos, adultos, crianças?
Outra senhora estava a culpar os Bombeiros que não os foram
socorrer. Os Bombeiros não se conseguem multiplicar. Já muito fazem eles, mal
pagos, muitas vezes sem condições e a correr risco de vida. Estradas sem
acessos, bens escassos e poucos Homens.
Critica-se o Presidente da Republica porque foi lá dar um abraço. Minha gente, ele fez mais do que qualquer outro presidente anterior, que ficaria a lamentar o sucedido no sofá da sua sala. Ele foi lá, pediu para o levarem ao local, nem que fosse num carro de Bombeiros, e sim, um abraço é importante nestes momentos. Um abraço, uma palavra. O saber que está ali alguém que se preocupa.
Não podemos estar a arranjar bodes expiatórios.
Foi uma desgraça muito grande o que aconteceu. Segundo muita gente, um fenómeno
nunca antes visto que desencadeou o fogo naquela zona e naquela estrada em minutos.
Só há uma coisa que não consigo entender ainda muito bem. Havia
muitas pessoas que estavam em Castanheira de Pera, num Hotel, no centro. Aparentemente em segurança. Porque é que decidiram fugir precisamente para o
meio do monte onde andava o fogo?
Custa-me mesmo entender, mas muitas
vezes com o desespero as pessoas não conseguem tomar decisões, ficam assustados, baralhados
e confusos. O medo paralisa. É assustador e ainda me custa dormir de noite ao pensar na aflição de quem lá perdeu a vida, pessoas e animais, e dos que perderam tudo.
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